terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Ghetto
É no ghetto que começa,
O futuro a desaparecer
É no ghetto que se vê
Crianças, tudo a morrer
Sonhos desfeitos sem qualquer intervenção
São imagens marcantes que ficam no coração .
Aos 14 pensam ser protectores
De si e do lar
Pensam ter força e poder
Para contra tudo e todos lutar
Mas é no ghetto que a vida começa
Enquanto tu estás deitado a ver tv
São estilos de vida .
Sem opções nem porquês
São caminhos e emoções.
Que nao se sente mas que se vê .
E se não te sentes indiferente
Não consegues entender
Que enquanto uns matam
Outros tentam sobreviver
São familias desfeitas á procura de soluções
São crianças na droga á procura de uns tostões
E a escola fica pra trás
Como um castigo dissolvido
Onde num futuro próximo
Nada lhes será devolvido .
Armas escondidas
Com as naifes sempre á mão
São sorrisos falsos
Sempre á procura de confusão .
E tu não tens culpa
Tudo te está no sangue
Mas sabes que a protecção
Só existe no teu gang .
Não confias em ninguém
Nem queres confiar
Pois sabes que muitos
Só te querem pra esfolar
E enquanto tens o teu guito
A protecção vai descendo .
Assaltos á mão armada
Onde a policia não faz nada.
Recusam-se a ajudar
Em bairros socias
Dizem não valer a pena
E não serem os seus pais.
Afirmam que quem lá vive
Não consegue perceber
Que a vida não é aquilo
Que se acustumaram a ter .
Então reflecte e tenta tu entender
Que a vida que eles levam
Não a puderam escolher.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Impotente.
Eu pergunto ao vento o porque de te amar tanto assim e de mesmo sem razão continuar a querer-te do meu lado. Saber que não mereces metade do esforço, metade das lágrimas choradas, metade da força de vontade.
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Persiste.
São poucas as vezes em que olho para o espelho e gosto do que vejo. Tento sorrir mas sempre que o faço é como se senti-se uma força maior que me faz chorar, e as lágrimas caiem e caiem e eu já nem sei porque ou por quem . Confusão no peito que me ata o coração e impossibilita a circulação de sangue, deixando-me sem respirar por segundos e estupfacta com o facto do que ando a fazer comigo mesma. Pensando que nada mudára e cansada de todas as voltas que estranhos me fazem dar. Cansada de ser tomada como uma espécie de partido politico ao qual só se juntam porque convem, porque dá jeito . Sentindo a dor que todos causam com pequenos gestos que para muitos não passam de insignifcantes passos dados em vão na escuridão da noite, a consciencia pesa, pelo facto de achar que nunca fiz o suficiente, que nunca lutei até ao fim ou simplesmente que falhei quanto a algo. Sonhando ir mais alto e mais além eu tento seguir em frente até que tu apareces de novo e me fazes cair, tiras-me as asas que já frágeis eram as únicas que me ajudavam a sonhar e a pensar que um dia tudo voltaria ao normal, onde eu era feliz, onde nao exista apenas uma pessoa, mas 2 num só corpo. Sentir a tua falta é como sentir falta de ar e tentar caminhar sem cair, é como sentir falta de água e mesmo assim atravessar o deserto sem que ninguém me possa deter, é como sentir falta do sol mas mesmo assim sentir-me quente só de pensar em ti. E a noite aconchega-me enquanto o sono não vem, pensando em ti e em tempos passados permeneço presa em memórias que só a nós nos pertencem, sonhos tidos em comum, sentimentos partilhados , segredos guardados e promessas escondidas. São momentos que nunca serão esquecidos, mesmo sendo apenas memórias são elas que fazem o meu coração bater e nem sabes o quanto é bom acordar e saber que ainda posso falar contigo, e simplesmente saber que estás bem. Cada dia que passa é mais uma tortura por saber que tudo puderia ser diferente . Cada passo que oiço aumenta o meu batimento cardiaco e a ansiedade na esperança que sejas tu olho para trás e acabo sempre por me desiludir. Á noite oiço sussuros ao ouvido , parecendo ser a tua voz sorrio mas sei que sou apenas eu e as minhas memórias que estamos em contacto. Cada passo que dou leva-me a um alguém diferente mas quando arrumo o corção tu continuas sempre presente.